Adilsinho, o novo Poderoso Chefão do crime organizado no Rio de Janeiro




Por trás do apelido inocente esconde-se um dos nomes mais temidos do submundo do crime no Rio de Janeiro. Adilsinho, herdeiro de uma linhagem de contraventores de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, é hoje apontado por investigações como o maior contraventor em atividade no estado — e um dos principais chefes da máfia do cigarro ilegal no país.

Durante anos, Adilson — seu nome de batismo — viveu à sombra de figuras lendárias do jogo do bicho. Não era do calibre de Rogério de Andrade, Capitão Guimarães ou Bernardo Bello. Nem mesmo rivalizava com seu primo Helinho. Era um nome menor, discreto, quase despercebido. Mas isso começou a mudar quando ele decidiu apostar em um novo mercado: o contrabando de cigarros.

A festa que revelou um império

O Brasil tomou conhecimento de Adilsinho em 2021, quando ele promoveu uma festa de luxo no Copacabana Palace em plena pandemia. O evento, que custou cerca de R$ 4 milhões, contou com artistas, influencers e celebridades da alta sociedade — muitos dos quais, segundo fontes ouvidas na época, sequer sabiam quem era o anfitrião. Mas a ostentação deixou claro que havia algo maior por trás daquele nome.

O domínio do cigarro ilegal

De acordo com autoridades, Adilsinho consolidou um monopólio do cigarro ilegal no Rio de Janeiro. A marca Gift, fabricada clandestinamente, é o carro-chefe de um esquema que se espalha por quase todo o estado e avança por outras regiões do Brasil, como o Maranhão, onde ele também coordena a produção local.

Mas o avanço veio à força. Relatórios de inteligência apontam que o contraventor eliminou rivais para garantir domínio absoluto sobre a operação. O modus operandi remonta aos tempos do velho jogo do bicho, mas com escala e ambição muito maiores.

Uma nova cúpula no crime organizado

Buscando ampliar seu império, Adilsinho se aliou a pesos-pesados do crime. Ao lado de Rogério de Andrade e Vinícius Drumond, formou uma nova cúpula da contravenção no Rio. Em uma ofensiva violenta, selada por acordos com Shana Garcia e sua mãe, o grupo avançou sobre os territórios antes dominados por Bernardo Bello, deixando um rastro de violência e execuções.

Hoje, é Adilsinho quem administra essas áreas, mediante pagamento de arrendamento à família de Maninho, ex-patrono do Salgueiro — escola de samba da qual Adilsinho também é agora benfeitor.

Do anonimato ao topo da pirâmide

O caminho de Adilsinho até o topo foi construído com sangue, estratégia e dinheiro. De um bicheiro subestimado a chefe de uma rede nacional de contrabando, ele se tornou o novo rosto do crime organizado no Brasil. Seu império, com base em Caxias, estende-se por áreas antes controladas pelos Garcia, pelos Escafura e outras famílias tradicionais. E a cada dia, seus tentáculos avançam para além do Rio.

O “menino de segunda prateleira”, como era chamado no submundo, tornou-se o nome mais temido da contravenção. E, ao que tudo indica, não pretende parar por aí.

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