Relembre a operação Hurricane
Ação contra máfia dos caça-níqueis provocou estrago no Judiciário, com prisão de 25 pessoas, entre elas o ex-vice-presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região
Apelidada de Hurricane (furacão, em inglês), a operação deflagrada pela Polícia Federal em 13 de abril de 2007 contra a máfia dos caça-níqueis provocou no Judiciário um estrago digno da catástrofe natural. Foram presas 25 pessoas, entre elas o ex-vice-presidente do Tribunal Regional Federal da 2 Região (TRF-RJ), o desembargador José Eduardo Carreira Alvim; o desembargador Ricardo Regueira, também do TRF do Rio; o juiz Ernesto da Luz Pinto Dória, do Tribunal Regional do Trabalho de Campinas (SP); o procurador Regional da República João Sérgio Leal Pereira e o advogado Virgílio de Oliveira Medina, irmão do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Paulo Medina, que também foi acusado de participação no esquema , mas sem ser preso.
Em uma gravação feita pela PF em agosto de 2006, Virgílio Medina negociava com Sérgio Luzio Marques de Araújo, advogado de importadores de caça-níqueis, uma decisão judicial por R$1 milhão. Dias depois, o ministro Paulo Medina concedeu liminar liberando 900 máquinas caça-níqueis, apreendidas pela PF em abril daquele ano, em Niterói.
Segundo a PF, o desembargador Carreira Alvim teria recebido suborno para liberar o mesmo lote de 900 máquinas, quando caso ainda estava na Justiça Federal do Rio. Além de dar a liminar, o desembargador concedeu efeito suspensivo para futuros recursos contra a liberação. Em gravações feitas pela PF, um dos integrantes da quadrilha menciona o pagamento de R$ 1 milhão ao desembargador.
Também membro da Justiça Federal fluminense, o desembargador Ricardo Regueira teria participado de um reunião com Alvim e o advogado Sérgio Luzio em um hotel de propriedade do bicheiro Antônio Petrus Kalil, o Turcão. Já o juiz trabalhista Ernesto Dória receberia uma "mesada" de R$10 mil para intermediar negociações da quadrilha.
Na Hurricane, os agentes federais prenderam também os contraventores Ailton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães; Aniz Abrahão David, o Anísio, e Turcão. Durante a operação, foram apreendidos R$ 10 milhões e 51 carros de luxo, avaliados em R$5 milhões, 161 relógios e jóias.
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